Hélio Cusrtódio parabenizou a participação das mães. |
Conceição Maria |
Educadoras Edna e Francinete |
Os encontros melhoram a interação da comunidade |
O educador Jaciano Alves fala da satisfação das mães em participar dos encontros |
Exercício do Elogio contribui para melhoria da autoestima |
60 mães vivenciaram a educação emocional na Milton Lúcio, em São bento. |
Encerramento dos encontros na EEEF São Francisco |
Mães se emocionam ao
recordarem nascimento dos filhos.
Durante os encontros Emoções na Família,
ação do Governo do Estado da Paraíba em parceira com a Secretaria de Educação,
as lágrimas são inevitáveis. Pais e mães são convidados a falar do nascimento
de seus filhos, relembrando e compartilhando um dos momentos mágicos e mais
marcantes de suas vidas. É a cultura de paz e harmonia da Metodologia Liga Pela
Paz que chega a toda região de Catolé do Rocha.
A gerente regional de educação da
8ª GRE, Socorro Muniz, afirma que essa metodologia, que busca desenvolver a educação
emocional de crianças, jovens e adultos, consegue motivar pais, filhos e toda
comunidade escolar, com a humanização das relações interpessoais. Cita um caso,
dentre inúmeros já relatados, da EEEF Cajazeiras, em que uma criança relata a
mudança de seus pais, que passaram a lhe dar mais atenção, passando a
acompanhá-la em suas atividades na escola.
“Hoje a gente consegue trazer a
família para a escola. Os pais dizem que dialogam muito sobre os temas
apresentados no DVD Emoções na Família em casa e aprenderam a lidar com
sentimentos diversos, como a agressividade, o perdão, a autoestima, o diálogo, o
respeito e o afeto. O que melhora bastante a convivência em toda a comunidade
escolar”, comentou a gerente.
Na EEEF São Francisco, localizada
no povoado de mesmo nome da zona rural de Catolé do Rocha, que concluiu o
primeiro ciclo de encontros, não fugiu à regra e o assunto mexeu profundamente
com os presentes. Conceição Maria, que educa seus dois filhos praticamente sozinha,
diz que viveu uma situação de extrema alegria no dia em que as mães foram
convidadas a falar sobre o nascimento dos filhos. "Recordar tudo que vivi
com o nascimento de meus filhos foi uma das situações mais emocionantes de
minha vida", explica.
Para ela, os encontros ajudaram muito na
educação dos filhos. O respeito pelo outro, a confiança nos colegas e
professores, o cuidado com as pessoas e a responsabilidade passaram a fazer
parte da vida deles. Maria de Lourdes Batista, outra mãe muito satisfeita, conta
que as reuniões foram interessantíssimas, com troca de experiências, e de enriquecimento
entre as mães, que puderam falar de seu dia a dia e de como encaram
determinadas situações no lar e na comunidade.
A coordenadora do Programa Primeiros
Saberes da Infância da São Francisco, Ivaneide da Costa Martins, elogiou a
iniciativa do estado, juntamente com a Inteligência Relacional, e falou da
formação de educação emocional que os pais vivenciaram. Mais participativos e
interessados no ensino das crianças, a relação familiar mudou de maneira muito
positiva.
Metodologia Liga Pela Paz aproxima pais da
escola
Todas as escolas da 8ª gerência de
educação da Paraíba vêm trabalhando os encontros Emoções na Família. O
coordenador do Núcleo de Apoio Pedagógico da 8ª GRE, Hélio Custódio, diz que
essa ação vem desmistificando a participação dos pais na escola, que antes
apresentavam resistência, já que eram chamados apenas para receber broncas pelo
mau comportamento dos filhos.
“Hoje os pais estão vindo à escola
para falar de seus problemas e dificuldades em educar as crianças e de que
forma as unidades de ensino podem contribuir nesse processo. Nosso maior beneficiado
são as crianças e já podemos sentir as mudanças, a partir do trabalho da Liga
Pela Paz, direcionada aos alunos de 1º ao 5º ano e agora com o desenvolvimento
das habilidades emocionais de seus pais”.
A educadora socioemocional, Edna
Alencar, diz que havia uma ausência enorme na escola de se trabalhar esse lado
emocional dos pais de alunos, algo que vem sendo preenchido com os encontros
Emoções na Família. A metodologia usada, segundo Edna e a sensibilizadora
socioemocional, Francinete Ferreira, permite aproximar mais as pessoas, ampliar
o diálogo e interação na comunidade escolar.
“As palavrinhas mágicas, como
gratidão, respeito, bondade, autoestima estão sendo incorporadas ao cotidiano.
Outra parte que enfocamos na metodologia são as inteligências múltiplas, porque
muitos pais não consideram certas inteligências dos filhos. Trouxemos isso para
eles, que aceitaram bem, de que somos pessoas de diversas inteligências, que não
desenvolvemos habilidades apenas para uma coisa, mas para outras também”, disse
a professora Edna. A formação continuada do educador, uma das etapas
indispensáveis e importantes da Metodologia Liga Pela Paz, além de oferecer
maior segurança aos educandos, também foi citada como algo positivo para a
Escola São Francisco.
Exemplo
de participação e cultura de paz em São Bento
Na região de Catolé do Rocha, no
município de São Bento, está a Escola Milton Lúcio da Silva, que evoluiu
bastante desde seu surgimento em 1963. De uma calçada às dependências de uma
cadeia pública, ganhou destaque na extinta revista de circulação nacional, O
Cruzeiro. Hoje, a escola encontra-se no centro do município e conta com 330
alunos. Mas o que chama mesmo a atenção da Milton Lúcio é a grande quantidade
de participantes, quase 60 pessoas, com presença significativa de mães, nos
encontros Emoções na Família, formação conduzida pelos educadores Jaciano
Alvez, Mirian Nogueira e Aldimar Monteiro.
Ainda sim, o desafio pela concretização
de uma cultura de paz na comunidade escolar não é uma tarefa fácil, como bem
lembra o professor João Roberto de Araújo, algo que precisa ser estimulado pela
educação das emoções. Para a gestora, Terezinha Alves dos Santos, sua escola,
que também concluiu o primeiro ciclo de encontros de Educação Emocional na
Família, está conseguindo avanços importantes, como a redução de atitudes violentas
dos pais com os filhos, que estão mais calmos e participativos em sala de aula.
Um dos educadores socioemocionais da
Milton Lúcio, Jaciano Alves, detalha o sentimento de muitas mães, com a melhora
da autoestima, a satisfação de participar dos encontros, de serem lembradas nas
redes sociais e por estarem aprendendo a ser mais felizes, conscientes de que precisam
mudar a postura em relação aos filhos, oferecendo-lhes mais carinho e atenção.
A mãe Maria Cavalcante Filho
diz que gostou bastante dos encontros, que já sente falta, e que as
contribuições ao participar do Emoções na Família foram muito significativas.
“Estou muito mais paciente com meus filhos. As palestras e o DVD nos ensinam
muitas coisas que facilitam a viver em comunidade”, comentou. Já Maria José de
Sousa diz que os encontros na escola ajudaram-na a entender e conversar mais
com seus filhos.
A ex-gestora da Milton Lúcio, Júlia
Alves, que visita com frequência essa unidade de ensino, diz que a educação
emocional foi a melhor ação já desenvolvida na escola. Diz que é difícil os
pais participarem de algum projeto na escola, mas que com os encontros Emoções
na Família fizeram questão de comparecer.
“Há 6 anos como presidente do Conselho Tutelar, conheço a realidade de
muitas famílias que estão vivenciando a educação emocional e que hoje possuem
comportamento diferente, sendo mais participativas, carinhosas e interativas
com seus filhos”, opinou.
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