Compromisso com a verdade dos fatos

Bem-vindo ao blog Garimpando Palavras

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Catolé do Rocha sensibiliza e acolhe a família na comunidade escolar


Hélio Cusrtódio parabenizou a participação das mães.

Conceição Maria

Educadoras Edna e Francinete

Os encontros melhoram a interação da comunidade

O educador Jaciano Alves fala da satisfação das mães em participar dos encontros

Exercício do Elogio contribui para melhoria da autoestima

60 mães vivenciaram a educação emocional na Milton Lúcio, em São bento.

Encerramento dos encontros na EEEF São Francisco

 Mães se emocionam ao recordarem nascimento dos filhos.

Durante os encontros Emoções na Família, ação do Governo do Estado da Paraíba em parceira com a Secretaria de Educação, as lágrimas são inevitáveis. Pais e mães são convidados a falar do nascimento de seus filhos, relembrando e compartilhando um dos momentos mágicos e mais marcantes de suas vidas. É a cultura de paz e harmonia da Metodologia Liga Pela Paz que chega a toda região de Catolé do Rocha. 

 A gerente regional de educação da 8ª GRE, Socorro Muniz, afirma que essa metodologia, que busca desenvolver a educação emocional de crianças, jovens e adultos, consegue motivar pais, filhos e toda comunidade escolar, com a humanização das relações interpessoais. Cita um caso, dentre inúmeros já relatados, da EEEF Cajazeiras, em que uma criança relata a mudança de seus pais, que passaram a lhe dar mais atenção, passando a acompanhá-la em suas atividades na escola.

 “Hoje a gente consegue trazer a família para a escola. Os pais dizem que dialogam muito sobre os temas apresentados no DVD Emoções na Família em casa e aprenderam a lidar com sentimentos diversos, como a agressividade, o perdão, a autoestima, o diálogo, o respeito e o afeto. O que melhora bastante a convivência em toda a comunidade escolar”, comentou a gerente.

 Na EEEF São Francisco, localizada no povoado de mesmo nome da zona rural de Catolé do Rocha, que concluiu o primeiro ciclo de encontros, não fugiu à regra e o assunto mexeu profundamente com os presentes. Conceição Maria, que educa seus dois filhos praticamente sozinha, diz que viveu uma situação de extrema alegria no dia em que as mães foram convidadas a falar sobre o nascimento dos filhos. "Recordar tudo que vivi com o nascimento de meus filhos foi uma das situações mais emocionantes de minha vida", explica.

Para ela, os encontros ajudaram muito na educação dos filhos. O respeito pelo outro, a confiança nos colegas e professores, o cuidado com as pessoas e a responsabilidade passaram a fazer parte da vida deles. Maria de Lourdes Batista, outra mãe muito satisfeita, conta que as reuniões foram interessantíssimas, com troca de experiências, e de enriquecimento entre as mães, que puderam falar de seu dia a dia e de como encaram determinadas situações no lar e na comunidade. 
A coordenadora do Programa Primeiros Saberes da Infância da São Francisco, Ivaneide da Costa Martins, elogiou a iniciativa do estado, juntamente com a Inteligência Relacional, e falou da formação de educação emocional que os pais vivenciaram. Mais participativos e interessados no ensino das crianças, a relação familiar mudou de maneira muito positiva.

Metodologia Liga Pela Paz aproxima pais da escola

Todas as escolas da 8ª gerência de educação da Paraíba vêm trabalhando os encontros Emoções na Família. O coordenador do Núcleo de Apoio Pedagógico da 8ª GRE, Hélio Custódio, diz que essa ação vem desmistificando a participação dos pais na escola, que antes apresentavam resistência, já que eram chamados apenas para receber broncas pelo mau comportamento dos filhos.

 “Hoje os pais estão vindo à escola para falar de seus problemas e dificuldades em educar as crianças e de que forma as unidades de ensino podem contribuir nesse processo. Nosso maior beneficiado são as crianças e já podemos sentir as mudanças, a partir do trabalho da Liga Pela Paz, direcionada aos alunos de 1º ao 5º ano e agora com o desenvolvimento das habilidades emocionais de seus pais”.

 A educadora socioemocional, Edna Alencar, diz que havia uma ausência enorme na escola de se trabalhar esse lado emocional dos pais de alunos, algo que vem sendo preenchido com os encontros Emoções na Família. A metodologia usada, segundo Edna e a sensibilizadora socioemocional, Francinete Ferreira, permite aproximar mais as pessoas, ampliar o diálogo e interação na comunidade escolar.

 “As palavrinhas mágicas, como gratidão, respeito, bondade, autoestima estão sendo incorporadas ao cotidiano. Outra parte que enfocamos na metodologia são as inteligências múltiplas, porque muitos pais não consideram certas inteligências dos filhos. Trouxemos isso para eles, que aceitaram bem, de que somos pessoas de diversas inteligências, que não desenvolvemos habilidades apenas para uma coisa, mas para outras também”, disse a professora Edna. A formação continuada do educador, uma das etapas indispensáveis e importantes da Metodologia Liga Pela Paz, além de oferecer maior segurança aos educandos, também foi citada como algo positivo para a Escola São Francisco.


Exemplo de participação e cultura de paz em São Bento

Na região de Catolé do Rocha, no município de São Bento, está a Escola Milton Lúcio da Silva, que evoluiu bastante desde seu surgimento em 1963. De uma calçada às dependências de uma cadeia pública, ganhou destaque na extinta revista de circulação nacional, O Cruzeiro. Hoje, a escola encontra-se no centro do município e conta com 330 alunos. Mas o que chama mesmo a atenção da Milton Lúcio é a grande quantidade de participantes, quase 60 pessoas, com presença significativa de mães, nos encontros Emoções na Família, formação conduzida pelos educadores Jaciano Alvez, Mirian Nogueira e Aldimar Monteiro.

Ainda sim, o desafio pela concretização de uma cultura de paz na comunidade escolar não é uma tarefa fácil, como bem lembra o professor João Roberto de Araújo, algo que precisa ser estimulado pela educação das emoções. Para a gestora, Terezinha Alves dos Santos, sua escola, que também concluiu o primeiro ciclo de encontros de Educação Emocional na Família, está conseguindo avanços importantes, como a redução de atitudes violentas dos pais com os filhos, que estão mais calmos e participativos em sala de aula.

Um dos educadores socioemocionais da Milton Lúcio, Jaciano Alves, detalha o sentimento de muitas mães, com a melhora da autoestima, a satisfação de participar dos encontros, de serem lembradas nas redes sociais e por estarem aprendendo a ser mais felizes, conscientes de que precisam mudar a postura em relação aos filhos, oferecendo-lhes mais carinho e atenção.

  A mãe Maria Cavalcante Filho diz que gostou bastante dos encontros, que já sente falta, e que as contribuições ao participar do Emoções na Família foram muito significativas. “Estou muito mais paciente com meus filhos. As palestras e o DVD nos ensinam muitas coisas que facilitam a viver em comunidade”, comentou. Já Maria José de Sousa diz que os encontros na escola ajudaram-na a entender e conversar mais com seus filhos.

A ex-gestora da Milton Lúcio, Júlia Alves, que visita com frequência essa unidade de ensino, diz que a educação emocional foi a melhor ação já desenvolvida na escola. Diz que é difícil os pais participarem de algum projeto na escola, mas que com os encontros Emoções na Família fizeram questão de comparecer.  “Há 6 anos como presidente do Conselho Tutelar, conheço a realidade de muitas famílias que estão vivenciando a educação emocional e que hoje possuem comportamento diferente, sendo mais participativas, carinhosas e interativas com seus filhos”, opinou. 



Nenhum comentário:

Arquivo do blog