José Leudo, gerente regional Patos |
Gestores de saúde, delegados, que
representarão 48 municípios da 3ª Macrorregional (Patos, Piancó e Princesa
Isabel) participaram nesta terça-feira 18 do Encontro Preparatório para a 8ª
Conferência Estadual de Saúde, no auditório do Rodoshopping. O evento teve como
palestrante Marcelo Melo, vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde e
coordenador nacional de plenárias do CONAS – Conselho nacional de Saúde.
O objetivo do encontro foi
avaliar os resultados das conferências municipais e preparar os delegados para
as conferências estadual e nacional. Esses delegados terão grande importância
na defesa das propostas elencadas nas assembleias de seus municípios, na etapa
que abrangerá 223 municípios.
Saúde pública de qualidade, que
seja abrangente e atenda bem a população. Essa proposta, apesar de ser
ventilada em todas as edições das conferências, momento oportuno para a
população cobrar, sugerir, foi novamente o maior grito registrado nas
assembleias, segundo Marcelo Melo. “A população sente na pele a deficiência de
chegar à repartição de saúde e não conseguir atendimento que anseia”,
acrescenta.
A falta de financiamento, gestão
pública, qualidade do serviço, dentre muitos outros são tratados nesse encontro
de Patos nesta terça, além da conscientização dos delegados que participarão da
Conferência Estadual de 15 a 17 de setembro, próximo mês, em João Pessoa, onde
será construída uma agenda propositiva para a Paraíba e para o Brasil.
As conferências municipais de
saúde na Paraíba foram marcadas pelo baixo índice de participação popular, segundo
análise feita por Marcelo, nesse importante processo de construção de um SUS de
qualidade. Aponta como um dos fatores mais evidentes para isso o descrédito da
população nos serviços, nos que gerenciam o sistema e na política como um todo,
o que desestimulou a efetiva participação do povo.
“Nós temos como controle social
que somos, fazer o papel inverso, retomar a creditação por parte da população
que este (conferência) é o verdadeiro espaço de discussão, de construção e de
cobrança de uma política de saúde, de equidade, qualidade e quantidade
suficiente para todos”, explica.
O presidente do Sindicato dos
Agentes Comunitários de Saúde e de Endemias de Patos e Região, João Bosco
Valadares, diz que o SUS nunca foi tão ameaçado quanto hoje e que torna-se
necessário a intensificação desses encontros, como este de Patos. Defendeu as
conferências como importante instrumento para a defesa do SUS.
Considerou uma grande retrocesso
a proposta, encaminhada pelo senador Renan Calheiros e derrubada pelo
Congresso, que sugeria o pagamento dos serviços do SUS, o que poderia provocar,
além de exclusão, a criação de categorias de usuários.
Paulo Sérgio, do Apoio matricial
da 6ª GRS – Gerência Regional de Saúde, defendeu a mobilização social, dos
profissionais de saúde, gestores da 3ª Macrorregião, presença maciça dos
municípios nas conferências estadual e nacional, a fim de cobrar os direitos
legais na partilha de recursos do SUS. Pediu que os gestores fortalecessem a
atenção básica, o trabalho dos agentes de saúde, endemias, enfermeiros, atores
que estão na frente dos serviços e com poder de mobilização, de conscientização
do povo.
A diretora do Hospital Regional
de Patos, Hígia Lucena, aproveitou a presença de gestores, representantes municipais
para exibir relatório de atendimentos referentes ao primeiro semestre de 2015,
com mais de 45 mil procedimentos. Luciano Dias, do GIAASP, Grupo Independe de
Análise e Ação Social e Política de Patos falou dos direitos dos usuários no
acesso ao SUS, garantidos constitucionalmente e do papel que os conferencistas
devem exercer quando da participação nas conferências, para tornar o Sistema
Único de Saúde cada vez mais sólido, apesar das ameaças que vem ocorrendo para fragiliza-lo.
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