Josélio Carneiro
A planta encontrada no semi-árido da Paraíba e conhecida por Orelha de Onça, utilizada no tratamento de asma, resfriados, bronquite, renite alérgica, dentre outras patologias do trato respiratório, é um dos temas do Globo Repórter desta noite na Rede Globo de Televisão.
A Orelha de Onça, Milona ou Abuteira, há 25 anos é estudada no Laboratório de Tecnologia Farmacêutica da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, e está prestes a virar remédio. Ela é mais eficiente que os medicamentos químicos.
A diretora do Centro de Ciências da Saúde (CCS), da UFPB, professora Margareth Diniz, revela que trouxe as primeiras mudas da planta da cidade de Sousa. “A minha tese de doutorado foi inclusive com esta planta, avaliando a toxicidade, de acordo com as normas da ANVISA. A população usa principalmente as raízes, porém foi demonstrada que as folhas tem igual potencial terapêutico e mais baixa toxicidade, por isso estamos trabalhando com as folhas, o que evita a extinção da planta”, declara Margareth Diniz.
O Globo Repórter gravou a reportagem que será exibida esta noite no mês de novembro passado, com a repórter Beatriz Castro.
O nome científico da planta é Cissampelos sympodialis (MENISPERMACEAE) . É tida como medicinal, utilizada largamente pela população no tratamento de patologias do trato respiratório (asma, resfriados, bronquite, rinite alérgica) etc. Cresce em abundância no semi-árido da Paraíba e veio pela primeira vez da fazenda Riachão município de Sousa para ser estudada científicamente no Laboratóro de Tecnologia Farmacêutica.
“Há mais de 25 anos esta planta vem sendo estudada por vários pesquisadores, do ponto de vista, botânico, químico, farmacológico, toxicológico, controle de qualidade, farmacotécnico e imunológico. Esses estudos geraram mais de vinte dissertações/teses para o Programa de pós-graduação em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos do Centro de Ciências da Saúde (CCS), da UFPB”, destaca Margareth Diniz.
De acordo com a diretora do CCS há um primeiro relato popular feito ao pneumologista Dr. Beltrão, que mesmo em contato com fatores que desencadeiam a asma, as pessoas em uso do chá das raízes, não desencadearam crise asmática. ´”Hoje trabalhamos com as folhas desta planta, que é uma trepadeira e cresce facilmente, inclusive eu trouxe as mudas da cidade de Sousa e hoje, no horto do Programa de Pós-graduação temos em grande quantidade”, conclui a Doutora em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos.
Margareth Diniz é Graduada em Farmácia Habilitação III (1981) e Medicina (1987) pela Universidade Federal da Paraíba, tem mestrado e doutorado em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos pela Universidade Federal da Paraíba (2000) e pós-doutorado pela Rede Nordeste de Biotecnologia -RENORBIO.
O Globo Repórter também vai trazer matérias sobre o poder de cura de outras plantas nativas do Brasil a exemplo da erva mate, do pau-brasil, dentre outras plantas medicinais.
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