Acontece desde ontem (sábado 02) no auditório da 6ª Gerência Regional de Saúde o curso “Abordagem Sistêmica em Odontologia no Ambiente Hospitalar – Novos Rumos”, promovido pelo Hospital Regional de Patos Dep. Janduhy Carneiro e CRO – Conselho Regional de Odontologia. O objetivo é capacitar os odontólogos do Janduhy, ampliando o elo entre a odontologia e a medicina.
Dr. Carlos Rivas, que ministra a atualização, explicou que muitas doenças sistêmicas têm suas manifestações na cavidade bucal e muitas patologias da boca têm manifestação e relação com doenças sistêmicas, a exemplo das digestivas, pulmonares, cardíacas. “Enquanto profissionais de saúde, da odontologia, é importante conhecermos essas correlações existentes”, explicou Rivas
Na programação os odontólogos trabalham temas como: as principais patologias periodontais e relação com as sistêmicas, com ênfase nas cardiopatias, arteriosclerose, diabetes, hipertensão, pacientes renais crônicos, pacientes transplantados e também sobre a importância do trabalho do dentista no ambiente hospitalar, dentro da UTI e enfermarias.
Rivas falou sobre vários assuntos ligados à atividade do odontólogo, a exemplo da presença deste profissional no PSF.
Ascom – Dr. Rivas, como anda a saúde bucal do brasileiro?
Dr. Rivas – Como toda a saúde sistêmica do brasileiro, a saúde bucal teve avanços nos últimos anos, com capacitações, avanços científicos, mas há muito o que percorrer, ainda existe muita gente desassistida pelos serviços de saúde. É preciso que as autoridades trabalhem para que o povo tenha uma assistência multidisciplinar, volta para a medicina, odontologia, nutrição, fisioterapia, psicologia, ter todo um acompanhamento de uma saúde sistêmica do paciente.
Ascom – As campanhas preventivas de saúde bucal lançadas pelo governo têm sido satisfatórias ou ainda são muitos tímidas no Brasil?
Dr. Rivas – São satisfatórias, mas podemos alavancar um número ainda maior na saúde como um todo, não apenas na saúde bucal. Foi lançada uma campanha nacional com a preocupação com o câncer de boca, mas temos que incentivar mais a prevenção da cárie, da doença periodontal, principalmente porque muitas pessoas não conhecem essa denominação e que essa doença pode ter grande repercussão em toda a saúde sistêmica do paciente.
Ascom – Por que o tratamento de patologias bucais para usuário do SUS bé tão limitado no Brasil?
Dr. Rivas – Infelizmente são tratamentos que emanam custo alto. Não é nem por causa do profissional, mas de todo o equipamento que ele necessita para oferecer um atendimento de qualidade. Ainda existe um custo muito elevado para aquisição dos equipamentos, seja para o governo seja para o próprio serviço privado.
Ascon – Com a introdução da equipe de saúde bucal no PSF, que avaliação o senhor faz desse serviço nas unidades de saúde?
Dr. Rivas – Foi um grande marco para o governo trazer o serviço de odontologia para o PSF, principalmente do Governo Lula que alavancou esse trabalho e especificamente através do Programa Brasil Sorridente. Com o dentista trabalhando integrado com médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde, consegue dar uma assistência multisetorial aos pacientes assistidos no Programa Saúde da Família.
Ascom – O Hospital Regional está implantando um projeto para a realização de profilaxia em pacientes, acompanhantes e funcionários. Um gabinete odontológico está sendo adquirido para a oferta desse serviço. Que avaliação o senhor faz dessa iniciativa da direção do Janduhy Carneiro?
Dr. Rivas – É uma iniciativa louvável, de levar a odontologia cada vez mais para a prática, oferecendo serviços à população que mais necessita e que muitas vezes não tem o conhecimento da importância dela.
Ascom – Pode-se dizer que a boca é a principal porta de entrada de bactérias?
Dr. Rivas – Se a gente cuidar da saúde da boca a gente vai ter também uma boa saúde sistêmica (o corpo como um todo). Analisando pelo lado técnico, são 700 espécies de bactérias que podem infectar a cavidade bucal.
Ascom
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