Inácio Andrade Torres – 15 de junho de 2010
MANDAMENTOS DO ELEITOR E UMA TIRADA DE ZÉ CAVALCANTE
Pois bem, pensando em diminuir a imperfeição do voto, transcrevo e recomendo algumas dicas extraídas de um documento intituladas mandamentos do eleitor, escrito em 1986, lamentavelmente apócrifo, mas que o julgo interessante, sobretudo numa época dessas, ano de eleição. A seguir o decálogo com algumas adaptações.
Acredite na força de seu voto para mudar o Brasil e a Paraíba. Se você votar corretamente, bons candidatos serão eleitos e leis mais justas serão aprovadas. Só vote em candidatos que já provaram que estão ao lado do povo, defendem interesses populares. Cuidado com aproveitadores.
Analise as propostas dos candidatos. Desconfie de promessas, pois na maioria são enganosas. Quem promete muito, pouco realiza. Não vote por partido e sim por pessoas.
Não se deixe enganar com campanhas luxuosas, com promessas, festas encomendados, notas de jornais; com políticos dando-lhe tapinhas nas costas, aperto de mão exagerado, rostos angelicais, distribuição de remédios, roupas, sandálias, telhas, tijolos, cimento, alimentos. Estes não merecem o seu voto porque tentam comprar a sua consciência. Tudo isso é comprado com o dinheiro que é seu, logo só vote em quem sua consciência aprovar.
Não vote em que só visita o povo pensando em eleição. Estes só pensam em seus interesses próprios, nos privilégios do poder.
Não vote em quem lhe oferece dinheiro, emprego e presentes em troça de seu voto. Quem tenta comprar seu voto, não é seu amigo, mas amigo da corrupção, da desonestidade. Portanto denuncie esses maus políticos.
Lobo e cordeiro ainda não comem juntos. Não vote em quem já expulsou trabalhadores de sua terra, em quem já demitiu empregados sem justa causa, em quem já utilizou o cargo para fazer revanchismo, perseguições, disseminar o ódio, o terror, em quem já está viciado no poder para não fazer nada pelo povo.
Todo dinheiro do governo pertence ao povo, portanto não vote em quem está gastando dinheiro do povo em proveito próprio, em propaganda, em campanhas políticas, em obras que não servem ao povo.
Raposa não representa galinha. O povo não deve votar, portanto, em políticos profissionais acostumados à prática do clientelismo e do fisiologismo desenfreados. Em quem lhe quer a todo custo comprar sua consciência.
Não vote em que já demonstrou ser contra os trabalhadores, contra reivindicações dos funcionários públicos em geral e de outras categorias.
Por fim, lembre-se que sua responsabilidade não termina no dia da eleição. Dos eleitos, não cobre favores pessoais, mas vigie a atuação deles e cobre os compromissos assumidos com o povo.
Por fim, essa pérola de Zé Cavalcante.
Zé Cavalcante foi um escritor consagrado e um dos políticos mais inteligentes que a Paraíba já teve, deixou uma obra relevante para o folclore. Dele, tenho a maioria dos livros publicados e guardo boas lembranças do tempo em que fui seu aluno na disciplina história do Brasil, no velho Diocesano de Patos. Como estamos em ritmo de eleição, aproveito o espaço para propalar uma de suas tiradas sobre A política e os políticos. o assunto, extraída do seu livro
- “Meu filho, se queres ser bem sucedido na política, cultivas estas duas virtudes: a sinceridade e a sagacidade”.
- “O que é sinceridade em política, meu pai”?
- “É manter a palavra empenhada, custe o que custar”.
- “E o que é sagacidade”
- “É nunca empenhar a palavra, custe o que custar.
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