Edvirges Soares |
Brigas entre alunos, ameaças a
professores, consumo de drogas no âmbito escolar. Essa é uma realidade inegável
em boa parte das instituições públicas de ensino no Brasil e causam grandes estragos
no desenvolvimento da aprendizagem do alunado e no desempenho dos docentes.
Como lidar emocionalmente com essas circunstâncias, minimizar a insegurança a
partir de mudanças de hábitos, de percepção desses conflitos?
São respostas que estão sendo encontradas
por 2.200 professores da Paraíba, desses, 700 só na capital João Pessoa, na
formação pelo projeto Liga pela Paz, na Escola Irmã Severina, desde a última
segunda 28, finalizando hoje a qualificação, quarta-feira 30.
Nas escolas pilotos que implantaram
essa metodologia que trabalha o emocional e o social dos alunos da base, do 1º
ao 5º ano, os resultados têm sido muito satisfatórios, segundo Cida Uchoa,
gerente de Educação Infantil e Fundamental da SES – Secretaria de Estado de
Educação. Ela lembra que as escolas de nível superior que prepara professores
não entenderam ainda a importância a educação emocional como disciplina, como
estratégia de tratamento para o professor, o aluno e sua família.
Cida explicou que o Plano de Enfrentamento à
Violência nas Escolas acontece desde 2011 no Estado, com várias ações,
campanhas, mas sem a vinculação ao ensino, à pedagogia. “Por isso da
importância da Liga pela Paz para permitir que os sentimentos sejam
compartilhados de forma mais harmoniosa, com menos violência e que produza um
aprendizado melhor. Isso é o que temos percebido nas crianças nas escolas que
já vivenciam a educação emociona e social”, comentou Cida Uchoa.
Professores que estão nesse processo de formação
emocional e social não escondem a ansiedade de poder trabalhar o conteúdo em
sala de aula. Marcedonia Oliveira Alves, 26 anos de Magistério, da Escola
Estadual Francisco Campos, do bairro Bancários, João Pessoa, enfatiza que o que
mais despertou sua atenção foram os pontos principais que o programa aborda, a
compreensão, tolerância, que ajuda os professores a provocar as crianças e
adolescentes a refletir e melhorar o convívio com os colegas. “É um programa
fantástico e estou ansiosa para começar a trabalhar com minha primeira turminha
deste ano e obter bons resultados”, comenta.
A gerente operacional do Ensino Fundamental do
Estado, Edvirges Soares, explica que se há em sala de aula um processo de
interatividade, de paz, harmonia em toda a escola a aprendizagem acontece com
maior facilidade. “Com essa metodologia o aluno se sente mais acolhido, sua
autoestima se eleva. Certas dificuldades que o professor tinha antes para trabalhar
os conteúdos, devido a falta de um comportamento adequado do aluno, esse
projeto vem ajudar nesse sentido”, enfatizou.
Marcos Eugênio
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