Poços secam e abastecimento de Mãe d’Água-PB fica mais difícil
Jocélio Martinez
O abastecimento de água da cidade de Mãe d’Água-PB, no Sertão do Estado,
que é feito através de carro pipa, está cada vez mais difícil. Isso porque,
segundo o secretário de Infraestrutura, Rivaldo Campos, 44, a maioria dos poços
estão secando. “Apesar do intenso e constante trabalho que fazemos nesses
poços, principalmente o de aprofundamento, na maioria deles não adianta mais
cavar porque a água não aparece.” Lamentou Campos. “A situação é tão crítica,
que o Distrito de Stª Maria Gorete, que mesmo nos períodos de longa estiagem
sempre foi abastecido através da rede de distribuição, passou a ser abastecido
também por carros pipa. Apenas a comunidade Vila Capoeira, continua com seu
abastecimento normalizado.” Destacou.
Na tentativa incessante de buscar novas fontes de água, o prefeito do
município, Péricles Viana de Oliveira Junior – Junior Tota – orientou o
secretário Campos a perfurar novos poços no leito dos rios que cortam o
município, especialmente na zona rural, mas o único equipamento que dispõe a
prefeitura (uma retroescavadeira) só consegue abrir novos poços com até 3,5m.
“Quando percebemos a viabilidade, cavamos o restante no braço. Mesmo assim, a
água nem sempre aparece, e quando isso acontece, vai embora em pouco tempo.”
Revelou Campos.
Com a escassez de água nos poços, a alternativa encontrada pela
administração, e também a mais cara, foi recorrer às águas do açude Capooeira.
O município dispõe de 03 caminhões pipas e 03 tanques pipas que são puxados por
tratores. Juntos, eles transportam 37.000l. Por dia, eles são responsáveis por
distribuir cerca de 160.000l/ no abastecimento tanto da zona urbana, quanto
rural. “Além da distância, o trajeto é feito com dificuldade por conta das
serras e das péssimas condições das estradas. Agora, o custo para transportar
essa água ficou bem maior e por essa razão tivemos que fazer uma alteração no
calendário de distribuição que diminuiu de duas, para uma vez por semana.”
Explicou Campos.
Ainda de acordo com o secretário, outra grande preocupação da
administração, é com o desperdício. “É comum agente ver pessoas entrar na fila
do carro pipa, esperar até 10 minutos para conseguir uma lata d’água e depois
jogar essa água na calçada para lavá-la.” Criticou o secretário. “Talvez pelo
fato da população de Mãe d’Água nunca ter pago água, que sempre foi distribuída
pela prefeitura gratuitamente, algumas pessoas não tenham o hábito de utilizar
racionalmente o produto. Mas, nós estaremos nos próximos dias intensificando
uma campanha de conscientização para que as pessoas façam uso racional da água,
cada vez mais escassa no nosso município.” Completou.
A Prefeitura Municipal de Mãe d’Água ainda não conseguiu firmar parcerias
para o abastecimento da população que é de 4.019 habitantes. Todo o custo desse
abastecimento é feito com recursos próprios do município. Segundo o prefeito
Tota, um convênio foi celebrado com o Estado no valor de R$ 45.000,00 para o
abastecimento durante 03 meses, ou seja, R$ 15.000,00 por mês para custear as
despesas com 03 caminhões pipas. “O problema é que não encontramos nenhum
pipeiro que queira passar o mês abastecendo a cidade por R$ 5.000,00. Eles
dizem que esse valor mal daria para pagar o combustível, afora a depreciação
dos veículos por conta das estradas. Por enquanto nós estamos pagando a conta
sozinhos. Lamentou Tota.
O secretário Rivaldo campos ressaltou ainda que, “muito embora a
determinação do prefeito Junior Tota é tratar essa questão como prioridade nº
1, e de estamos fazendo de tudo para manter o abastecimento, se não chover nos
próximos 3 ou 4 meses, inevitavelmente a situação se agravará ainda mais.”
Finalizou.
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